quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Movimento de Missão Integral no Pentecostalismo Assembleiano

Por Ronny Marcos Gomes de Almeida Vargas

A proposta de desenvolver um texto reflexivo quanto à importância do movimento de Missão Integral para a minha igreja emerge de um contexto acadêmico exploratório desta vertente missiológica. Faz-se notório salientar que minha realidade eclesial desconhece a existência de tal fundamentação missiológica, haja vista que pertenço a um contexto pentecostal assembleiano. Assim, inicio minha reflexão partindo de um porto a qual desemboca em águas ainda não navegáveis para minha formação teológica.

Cabe aqui trazer uma definição do que vem a ser missão integral, onde cristaliza a partir do pacto de Lausanne sua regra áurea: O Evangelho todo, para o ser humano todo, para todo o ser humano. Seguindo este raciocínio da definição, segue o entendimento de trazer um evangelho com todas as suas implicações para um ser humano que vai além de sua “alma”, e ainda, para todo ser humano caracterizando a universalidade da obra divina.

A teologia da integralidade da missão, caso prefira, missão integral – nada pessoal – traz a percepção na leitura bíblica da existência de uma razão de vida e permanência do cristão e da igreja crista neste mundo. A idéia de enviados com uma missão permeia todo ideal teológico nesta leitura bíblica.

Quando menciono águas não navegáveis faço referencia a uma ignorância da existência desta missão apresentada desde o Gênesis até ao Apocalipse, pois nossos guetos missiológicos nos conduz à poucos textos como o Mateus 28.19-20 e Marcos 16.15-16. Este envio com uma missão agride minha formação teológica-eclesial onde pregamos incisivamente a salvação de almas de forma individual e exclusivista ou pouco mais do que isto, desconhecemos assim, a concepção da restauração da raça humana num olhar coletivo e inclusivista. Isto reflete a necessidade da integralidade do evangelho premissa da Missão Integral.

Um ponto muito destacado pelo movimento de Missão Integral é a atuação da igreja perante a comunidade como agente da missão transformadora de Deus onde a resultante não é apenas o acréscimos de adeptos ou mesmo construção de prédios litúrgicos, que denominamos igrejas.

A presença da Igreja-com-missão no mundo desemboca numa atuação transformadora de seu ambiente relacional atingindo aqueles que estão além-paredes, trazendo uma mensagem terapêutica para um ser humano que é “biopsicosocioeconomicoespitural”, ultrapassando o limite de uma “alma” para o Senhor em um horizonte de bairros, cidades, governos, enfim integral. A realidade pentecostal desprovida de conhecimento do movimento de Missão Integral tem atuado de acordo com aquilo que recebeu de seus pais. Não quero aqui atirar pedra em nossos pais até porque estes conseguiram realizar sua tarefa dentro de um conhecimento a eles revelado. Agora, pesa sobre meus ombros a responsabilidade de transpor este ambiente ignorante, já que estou ciente e consciente da importância de uma leitura integral missiológica para a igreja.

Neste ambiente de transição na hermenêutica bíblica denominacional para uma hermenêutica bíblica missional apresenta-se um futuro ainda mais resplandecente para o movimento pentecostal que é sem discussão o maior movimento eclesial. Tenho a convicção de que somos uma terra boa e preparada para receber esta semente que sem dúvida alguma resultará numa colheita de frutos ainda não visto ao longo da história.

Embora, creio que não será tão rápida a compreensão deste “modus vivedi” ou “práxis” para a igreja e para o cristão. Apresentar uma mensagem integral, para um homem integral e ainda, a universalidade dos homens assume talvez meu desafio ministerial para com meus pares denominacionais.

Concluo louvando a Deus por ter me proporcionado este acesso a tais riquezas de conhecimento. Em resposta ofereço-me como instrumento em suas mãos para influenciar aqueles que estão à minha volta com uma responsabilidade de uma hermenêutica bíblica missional integral.

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Artigo apresentado no curso DMin da FTSA

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